segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Caminhos

Quando eu estava na faculdade, meu professor de Filosofia repetidamente anunciava esta citação: 

'Caminhantes, não há caminho. O caminho se faz ao caminhar.'

Debaixo desta e tantas outras filosofias compartilhadas por meu amado mestre, eu aprendi a olhar e reparar...

Esta semana, dirigindo meu carro no caminho de volta pra casa me veio um insight: quantas coisas já me
aconteceram  no percurso deste mesmo caminho nos últimos anos?

Faz exatamente 4 anos que passo por este caminho. Só carros já foram 3, cores no cabelo também, cortes então, perdi as contas!! Rs...
Dirigi por estas mesmas ruas em todas as estações do ano, com pessoas diferentes dentro do carro comigo: amigos, família, crianças... Já precisei de GPS pra me locomover neste espaço que hoje me é tão familiar!
Já passei por ali sorrindo, chorando, cantando, brigando, cansada, agitada... Ja sonhei tantos sonhos e fiz tantos planos e promessas neste curto espaço físico...
Já passei sem nem perceber e perdi a rua certa, já fui pra lá quando era pra ir pra outro lugar - 'porque  ficou comum, porque foi automático'.

E todas essas vezes que passei, de todas essas emoções que carreguei, este caminho, sendo o mesmo - e também se modificando - foi onde algumas das minhas histórias aconteceram, se encerraram ou começaram.

Quanta vida aconteceu num percurso relativamente curto de estrada e tão intenso de jornada?!

Ligações para um novo trabalho, uma noticia triste, uma memória perturbadora, uma música que eu amo tocando na radio, aquela ideia brilhante!!!

Não, as histórias não estão lá para qualquer um ver, não estão paradas ou estampadas de forma nítida, rasgadas a olho nu. As histórias estão nos momentos e no movimento que eu mesma provoquei enquanto minha vida aconteceu.

O interessante é que quem movimenta sou eu. A rua está ali, parada. O espaço físico neste caso, não determina o que me aconteceu mas de certa forma, foi minha testemunha, rs... É eu parar para lembrar e as histórias vem. 

Então eu penso; A vida deve ser um pouco disso, desse eterno acúmulo de fatos inocentes, quase insignificantes, que no montante tem um sentido maior... Que no montante revelam nossas escolhas, nosso caráter, revelam também quem a gente quer ser e quem a gente consegue ser.

Nossas escolhas, nossas vidas...

Que os nossos caminhos possam nos  levar ao encontro dos nossos sonhos. 
(Ou que nossos sonhos possam nos levar a escolha de melhores caminhos?)
 







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